sexta-feira, 29 de julho de 2011

Virgílio Gonçalves (Grande Figura Delmirense)

A postagem é um resgate de textos já publicados em nossos blogs. Mas com aquela tradicional customizada. Pois o nosso colaborador Edmo Cavalcanti conseguiu uma imagem recente de um personagem mitológico do cotidiano da nossa “Macondo Sertaneja”: Virgílio Gonçalves.
Fotografia de Autoria de Edmo Cavalcanti em 23/06/2011.

Virgílio Gonçalves é figurinha falada em nossos blogs. Em 30 de março de 2007, neste espaço reproduzíamos matéria do site da prefeitura que lhe prestava homenagens. E em dezembro de 2008, trazíamos uma imagem de capa do livro de autoria do nosso homenageado. No entanto desde o primeiro blog em dezembro de 2004, falávamos do PRPC e de quem capitaneava as transmissões.

Segue abaixo os textos originais e alguns comentários feitos por nossos leitores/colaboradores.

PRPC-Ponto Regional de Propagandas Comerciais.
Originalmente postado em 16 de dezembro de 2004, no primeiro blog da série Amigos de Delmiro Gouveia.

 O nome era pronunciado de forma pomposa e solene. Isto era feito pelos alto-falantes colocados em pontos estratégicos de forma que todos que estavam na rua e na praça principal conseguiam ouvir. 

O PRPC prestava todos os tipos de serviços de comunicação: Desde propagandas comerciais até anúncios fúnebres. Passando por uma extensa e pouca seleta programação musical, e indo até os famosos concursos de charadas propostos pelo seu mais famoso locutor: Vírgílio Gonçalves. 

O Virgílio um sujeito alto, magro e com vozeirão característico de locutor era uma figura bem popular. Creio que ainda o seja. Faz anos que não sei nada sobre ele. Era uma pessoa bem informada. E tinha como hábito beber água que passarinho não bebe. 

Algo meio tragicômico eram os anúncios fúnebres. Geralmente acontecia assim: 

A Música Popular que estava tocando parava repentinamente. E em seu lugar começava a tocar um trecho sisudo de uma música clássica. E então se ouvia a voz em tom sério do Virgílio ¿A família Tal enlutada anuncia o falecimento de Sicrano. E convida os parentes e amigos para o cortejo, que sairá da Rua Beltrano às 16. Horas e o sepultamento será realizado no cemitério novo¿.E depois entrava o restinho da música fúnebre. 

Então todos os que escutaram a notícia faziam os comentários clichês: Nossa! Tão moço! Que pena era uma pessoa tão legal. Que eu me lembre nunca vi morrer alguém ruim. Todos eram gente-boa e se não fosse passava a ser no momento do falecimento. A roda da hipocrisia humana gira sem parar. 

O concurso de charadas sincopadas premiava os ouvintes que chegassem primeiro com a resposta. Premiação simples: Um talco Pompom, uma Seiva de Alfazema, um jogo de copos americanos. Prêmios que eram ofertados pelos comerciantes locais. E logicamente rolava um merchandising do estabelecimento ofertante. Afinal não existe sopa grátis. 

Que eu lembre quem era muito bom em matar charadas era o Luis Carlos(filho do Manoel Bispo- dono do abrigo) e o seu irmão mais novo, do qual foge-me o nome agora. 

O PRCP também era o meio de transmissão de notícias requentadas. Pois era lido trechos de jornais. E assim a população que não tinha acesso a outros meios ia se informando. 

No entanto até a chegada da primeira emissora de rádio na cidade era o veículo de comunicação de massa mais popular da comunidade delmirense. 

E fiquei bastante surpreso e feliz ao chegar em Delmiro Gouveia em junho/2002 e verificar que o PRPC ainda existia. Uma relíquia preservada. Mostrando-se perfeitamente adaptável aos tempos das modernas emissoras de rádio, televisão por assinatura e a revolucionária internet. 

E aí o que você lembra do PRPC? Qual a notícia que você ouviu em primeira mão dada por esta potente emissora? Será que ainda existem serviços de natureza similar em outras cidades? Deixe seu recado. 
Texto originalmente postado em 30 de março de 2007, neste mesmo blog.
Imagem enviada por Abrahão Pinto. 

Prefeitura lança concurso de poesia 15 03 2007 Na noite do dia 14, quando se comemora o dia da poesia, a Prefeitura de Delmiro Gouveia lançou o concurso Antologia Poética Delmirense, que tem como objetivo valorizar o poeta da terra e descobrir novos valores. Na mesma noite o poeta Virgílio Gonsalves lançou o seu livro de cordel Fim do Mundo. O evento aconteceu no Museu da Pedra e reuniu o prefeito Marcelo Lima, secretários municipais, vereadores e populares. No seu discurso Virgílio agradeceu o apoio do prefeito Marcelo Lima para a realização do cordel. "Estou muito feliz em poder realizar mais este sonho. Só tenho a agradecer ao prefeito e a todos que me ajudaram desta Prefeitura", disse Virgílio. Marcelo enfatizou o trabalho que Virgílio desenvolve no município e reconheceu o grande talento do artista. "Virgílio está de parabéns porque a história dele é a história do município de Delmiro Gouveia, contada nos seus versos e poesias", falou. A secretária de Turismo, Cultura e Esportes, Dayse Freire, apresentou o concurso de poesia, que conta com a participação dos alunos da rede pública municipal e toda a comunidade, cujas poesias selecionadas serão publicadas em um livro. Além do concurso na qual resultará em um livro, o projeto Antologia Poética Delmirense prevê ainda um incentivo permanente aos poetas através de recitais e encontros dos poetas. "O que nós queremos é valorizar o nosso artista e dar oportunidade aos mesmos de mostrarem sempre o seu trabalho", frisou Dayse. Que bom saber que o Virgílio Gonçalves ainda está na ativa. E melhor ainda saber que a cidade reconhece o seu talento e o homenageia ainda em vida.

Alguns comentários sobre Virgílio Gonçalves.

Eu tenho este livro. Muito bom! 
David 22/12/2008
Eu também tenho já li podem crer e muito bom procurem na biblioteca municipal de Del miro vcs naum vão se arrepender vao brincar e se maravilhar com prosas e versos lindos...
Tiago Moreira Santos em 04/01/2009;
Este livro é ótimo,quem não leu não sabe o que está perdendo.
Anônimo 30/01/2009;
Eu também recomendo. O livro é muito bom e divertido.
Kelinha em 31/01/2009.
Quero dizer que o livro é muito bom, o Vigilio é uma pessoa muito inteligente,deveríamos dar mais valor as crias da casa ok?
Lenilda em 17/07/2009.
Meu nome é Adriana zampolo Gonçalves e sou nora de Virgílio Gonçalves, mulher de seu filho que mora em São Paulo, Luciano Jorge Gonçalves. Adorei quando dizem que meu sogro bebe água que passarinho não bebe!
Quero deixar meu recado dizendo que meu sogro é um

grande poeta e que tudo que estão dizendo dele é verdade.

Parabéns à todos da matéria em especial para meu sogro.
Adriana Zampolo em 03/04/2010;

Tenho o livro e muito bom e reforca a cultura nordestina
Anônimo em 15/10/2010

terça-feira, 26 de julho de 2011

Museu Delmiro Gouveia ( Jornal de 1989)

Na falta de material novo fugirei um pouco da proposta do blog. E sendo assim estou “colando” cópias de  jornais de época encontrado na internet e que fala sobre a inauguração do Museu Delmiro Gouveia. Todos os textos abaixo também são cópias de diversos sites.

"Museu Regional de Delmiro Gouveia O Museu Regional de Delmiro Gouveia foi inaugurado em 20 de fevereiro de 1989. Neste museu encontramos diversos objetos pessoais, fotografias e documentos que contam um pouco da história deste conhecido personagem tão importante para o desenvolvimento do município que leva seu nome. Também encontramos peças da antiga estação ferroviária, sendo uma das mais fotografadas a primeira locomotora a vapor acionada por motor elétrico."

"Um acervo com fotos, documentos e máquinas como um antigo projetor de cinema e locomotivas marias-fumaça, que levavam cargas da produção industrial da Pedra até a cidade de Piranhas, nas margens do Rio São Francisco. O Museu funciona na antiga estação ferroviária da Great Western e é mantido pela Fundação Delmiro Gouveia e pela Prefeitura Municipal."


"Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho.

No ano de 1989, a Fundação iniciava sua segunda investida: a construção do Memorial Delmiro Gouveia, em Alagoas. O projeto resgatou a memória do importante empreendedor alagoano e o museu é hoje administrado pela Prefeitura Municipal de Delmiro Gouveia. O empreendimento em Alagoas foi o primeiro projeto cultural da Fundação OJB fora dos limites de sua sede em Cataguases. Um passo que significava um avanço, uma forma de expansão que, com o correr dos anos, entraria no compasso normal de suas atividades, abrindo verdadeiras frentes culturais em várias localidades."

Endereços:

Museu Regional: Avenida Caxangá, antiga Rua da Lagoa, em frente a Fábrica da Pedra, na Saída de Delmiro Gouveia.

Fundação Delmiro Gouveia: Praça Vicente de Menezes, 59, Centro.




terça-feira, 12 de julho de 2011

Céus Delmirenses: O Avião da Fábrica e o piloto Nestor.



Texto de autoria de Eraldo Vilar e originalmente postado em 03/agosto/2005 no primeiro blog da série Amigos de Delmiro Gouveia.


Caro César: 

Caso ache interessante para seu blog, quero relembrar as histórias que ouvia na minha infância, sobre as peripécias cometidas pelo aviador da fábrica (Sr. Nestor), quando das viagens que fazia entre Recife e Delmiro Gouveia. 

Não sei se as gerações delmirenses, mais jovens que a minha, sabem que, nos anos 60-70, o pagamento dos operários da Companhia Agro Fabril Mercantil--pertencente na época ao grupo empresarial Vicente de Menezes e gerenciada pelo senhor Antônio Carlos (figura quase mítica em Delmiro, que infelizmente veio a se suicidar) era feito semanalmente, em dinheiro vivo (olha aí:...a mala do dinheiro é coisa antiga..rs). 

A matriz da Fábrica ficava em Recife e, portanto era de lá que vinha o malote de dinheiro. 

Não havia agência de banco em Delmiro na época, de modo que a fábrica possuía uma avião de pequeno porte, marca Beechcraft Bonanza, (famoso pela solução inovadora do leme em "V"(conforme foto acima), para efetuar o transporte do dinheiro de modo seguro e rápido. 

O "vôo do pagamento da fábrica" era feito às sextas-feiras; lembro que chegava em Delmiro em torno das 16-17 hs . 

Pilotava o pequeno avião o famoso Nestor, experiente piloto, tendo voado muitos anos para a Fábrica.
 
O avião costumava passar no sentido longitudinal da rua do Comércio, e passava tão baixo que eu, menino irresponsável, costumava aguardá-lo nos fundos da casa de comércio de meu pai (Bazar das Novidades, mais conhecido como "armarinho de Seu Zé Alves" para tentar atingí-lo com minhas balas de estilingue ( no início, balas de barro, que eu mesmo fazia, depois, com medo de causar danos, com mamona..rs). 

Felizmente nunca acertei, pois o ângulo de visão era pequeno e o avião passava a mais de 300 km/h, mas naquele momento eu me sentia um soldado de uma unidade de artilharia antiaérea inglês tentando abater um "Stuka" , (bombardeiro alemão de mergulho da II Grande Guerra)...rs rs...rs...a mente infantil é uma coisa fantástica. 

Bem, corriam estórias em Delmiro sobre as peripécias do Nestor. Uma delas era que ele costumava pôr motoristas para correr dando-lhes susto com o avião: a coisa funcionava assim: no trajeto Recife-Delmiro, Nestor via caminhões em sentido contrário ao seu, alinhava com estrada e baixava o avião como se fosse pousar...rss...O coitado do caminhoneiro via aquele avião vindo à toda, voando em sua direção a 300 Km/hora e fazendo sinais de luz indicando que ia pousar na estrada...Só que apenas 400 metros á frente do caminhão. 

Os coitados jogavam o caminhão para o acostamento, brecavam bruscamente e saiam correndo da cabine, quando então viam o Bonanza fazer só um rasante, com barulho enorme, e passar balançando as asas de um lado para outro (movimento padronizado na aviação, que significa: "eu vi você", usado quando aviões buscam náufragos no mar ou perdidos no deserto ou no gelo, ou saudando tropas amigas)...Pode imaginar a cara dos coitados?..rs 

Outra estória era a de que Nestor, ainda voando alto, via pessoas colhendo milho, com balaios (cestos) na cabeça, nos campos das imediações do pequeno aeródromo da Fábrica, então descia sorrateiramente contra o vento para que não ouvissem muito cedo o ronco do motor e dava rasante em cima delas, com o motor rasgando, fazendo com que as pessoas largassem os balaios e saíssem correndo..rs... 

Outros contam que ele era sujeito brincalhão, mas prestativo: crianças com coqueluche eram levadas para breves vôos sobre Delmiro (parece que a diminuição da pressão nos brônquios fazia parar os acessos de tosse seca). 
Só que ele fazia acrobacias: loopings, tunneaus-barril, parafusos, etc....O carinha voltava curado da tosse, mas em estado de choque e com algo nas cuecas que não era bem dinheiro do PT..rs.. 

Eu não confirmo as estórias, mas muitas pessoas falavam isto na loja de meu pai. 

Talvez fossem apenas lendas urbanas..rss. 

Alguém mais pode confirmar? Paulo? Abrahão? 


Um abraço 

Eraldo 


PS: texto complementar abaixo é de César Tavares

No período em que fui funcionário da fábrica(1976-1981, na divisão de confecções, a cidade já possuía agência bancária(Produban). Portanto o avião não trazia mais malas de dinheiro(ops). No entanto quando das visitas do Sr. Antonio Carlos Menezes ou do seu sobrinho Seu Lula o avião era utilizado. Não sei se o famoso Nestor ainda era o piloto da fábrica. Lembro apenas que quando o ronco do motor se fazia ouvir, mesmo que longinquamente, o Lourenço Marques, gerente da camisaria, ficava eletrizado e enchia a paciência dos outros chefes(Alonso, Miguel, Doda, Valmir(Bafão) entre outros, cobrando que tudo estivesse na mais perfeita ordem. Estes chefes por sua vez cobravam da gente. Ou seja a famosa escala hierárquica em marcha acelerada se fazia sentir. E a mim César apenas um peão da Silva Sauro só restava chutar o cachorro quando chegava em casa. (risos). 

E aí manda a sua história também. Aguardo.