terça-feira, 26 de outubro de 2010

Delmiro Gouveia: Um pouco mais do baú do Everaldo Feitoza

Ainda um pouco mais do baú do Everaldo Feitoza. Não há uma unidade temática entre as fotografias, mas isto não tem a menor importância. Afinal o nosso blog não segue regra nenhuma. O importante é o resgate de um pouco do passado da Macondo Sertaneja. E aí sempre há alguma história que alguém quer relembrar ou até mesmo algum detalhe de fundo numa ou outra fotografia repentinamente traz à tona alguma lembrança. E assim vamos prorrogando indefinidamente o paleio por aqui.

Vamos ao que interessa.


Desfile de 7 de setembro em 19??: Balizas: Rosa de Zé Freire,uma filha de Antonio de Justo(de Mata Grande) e uma filha de Leninha(Verônica) e Marlene. Ampliando as fotos é possível até identificar algumas pessoas que assistem o desfile.
No clube: Antonio Feitoza, Dona Teté Feitoza, Zé Serpa e Nozinho Feitoza
Primeira comunhão: Ana, Vilsinho, Fátima(Feitoza) filhos de Mima Feitoza

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Delmiro Gouveia: Antigas Caçadas

Caçadores da década de 60. Aparecem na foto: Valdomiro, Luiz Torquato, Joãozinho de Maroca, Nozinho Feitoza, desconhecido. Sr. Jaime da Fábrica, Doca, João Marceneiro e Braz(cozinheiro)


Continuamos ainda com as belas imagens enviadas pelo nosso colaborador Everaldo Feitoza. A temática básica é antigas caçadas em Delmiro Gouveia. Talvez, hoje em dia, o “esporte da caça” seja encarado como algo um tanto brutal. E em muitos casos seja uma atividade vetada pelos órgãos de preservação ambiental.

No entanto, em determinado período, era vista como algo “normal”. Não emito juízo de valor. Respeito os usos e costumes do período retratado. Acho importante deixarmos por aqui o registro histórico de um pouco do cotidiano dos antigos moradores da Macondo do Sertão.

Agora vamos ao que interessa: Os comentários dos leitores.


Joãozinho Maroca, Doca, João Marceneiro, Nozinho Feitoza e convidado da fábrica.
Braz cozinhando
Nivinha e convidado da fábrica. (quem seria o convidado?)
Caçadores da década de 60. Aparecem na foto: Valdomiro, Luiz Torquato, Joãozinho de Maroca, Nozinho Feitoza, desconhecido. Sr. Jaime da Fábrica, Doca, João Marceneiro e Braz(cozinheiro)

Identificados apenas: Braz(cozinheiro), Zé de Lino, Doca e Zequinha Urias.

Zizi Feitoza e João Marcineiro

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Delmiro Gouveia: Imagens do Passado (por Everaldo Feitoza)

Vicente de Menezes(antigo proprietário da Cia Agro Fabril Mercantil) e componentes de um bloco carnavalesco/banda de música.

A postagem hoje é por conta do nosso novo colaborador: Everaldo Feitoza.

César favor divulgar estas fotos em seu blog....

Everaldo Feitoza


Ele abriu os baús familiares e nos enviou uma série de fotos do passado delmirense. Há um pouco de tudo. Desde fotos de caçadores, banda de música, casamento.....

Pela riqueza do material vou postar aos poucos. E assim “cevar” para render outras postagens.

O interessante, ao menos para mim, é olhar as fotografias com bastante calma, prestar atenção aos detalhes e fisionomias e assim ir puxando aos poucos por nossas memórias afetivas na tentativa de aplacar as saudades de uma determinada época e dos tantos personagens que habitaram o imaginário coletivo da nossa “Macondo Sertaneja”.

Agora é com vocês.

Joselina(filha de Xixiu), Aleide, Fátima, Dona Teté, Bernadete, Zé Carlos e Nozinho Feitoza
Zé Carlos Feitoza(filho de Nozinho Feitoza)
Antonio Feitoza e Salete
Padre Fernando, Antonio Feitoza e Salete(filha de Manoel Pereira)
Banda de Música e alguns acompanhantes: Lula Braga, Sr. Vicente Menezes, Iraci de Zé Pedrão, Quinca do Cavaquinho...) Será que vocês conseguem identificar mais alguém?

Estudantes do Primário. Entre eles Zé Carlos Feitoza. E as outras crianças alguém consegue distinguir algum rosto conhecido? Que prédio é aquele que aparece ao fundo?
Caçadores da década de 60: Valdomiro, Luiz Torquato, Joãozinho de Maroca, Nozinho Feitoza, desconhecido, Sr. Jaime da Fábrica, Doca, João Marceneiro, Braz(cozinheiro). Será que alguém identifica a pessoa que o Everaldo não conseguiu lembrar do nome?
]


Recife, 20 de outubro de 2010


O dinamismo do blog e seus participantes é algo interessante. Principalmente quando os fatos e fotos são de um período mais antigo. É natural e perfeitamente factível que as nossas memórias e lembranças aparecem por vezes um tanto enevoadas. Mas sempre surge alguém trazendo um complemento esclarecedor. Portanto, após alguns dias que da postagem deste texto, eis que o Eduardo Menezes nos traz informações colhidas na fonte da profunda e vivaz memória do seu pai Sr. Zito Menezes.

Eduardo Menezes disse...

O cara da primeira foto, com a banda carnavalesca não é o Vicente Menezes, é o Wilfrid Brocklebank. Um engenheiro inglês que substituiu meu avô na gerência da Fábrica, que tinha se afastado por motivo de doença, tuberculose, e não voltou mais.
Meu pai namorou com a filha dele, Kathleen Daey Brocklebank, em 1947. Vou mandar uma foto dela por email.
19 de outubro de 2010 22:01

A casa de D. Da graça, proprietária do Hotel Veneza, que fica na rua da Rádio Delmiro AM/FM (antiga Praça Manoel Monteiro) foi construída para ser a residência do Gerente da Fábrica, e quando o Wilfrid Brocklebank chegou a Delmiro o casa estava sendo construída, portanto ele foi o primeiro a morar lá.
20 de outubro de 2010 06:38

PS:: Por questão de coerência não modifiquei as legendas colocadas inicialmente. Portanto continuará sendo o "Vicente de Mezenes" quando na realidade é o Mister Wilfrid...


Kathleen Daey Brocklebank

sábado, 9 de outubro de 2010

Loucos Delmirenses: Américo Carvoeiro

Rua onde morava o Américo Carvoeiro(jan/2010). Ele residia numa das primeiras casas.

Trazemos de volta um tema já falado outras vezes: Loucos Delmirenses. O texto veio à baila porque recebi um email bastante interessante enviado pelo Sr. Cliuton.

Pedimos ao leitor um pouco de paciência pois a postagem ficou bastante extensa. E o leitor em tempos de internet de banda larga é muito mais exigente e por vezes impaciente. No entanto, para perfeito encadeamento da história do famoso “Américo Carvoeiro” se faz necessário o resgate de trechos de postagens passadas.

Tudo começou quando no antigo blog onde o primeiro texto era:

DE MÉDICO E LOUCO TODO MUNDO TEM UM POUCO
Texto originalmente postado em: 14 de novembro de 2004.

E cinco anos depois resgatei o mesmo texto devido o bug que houve no primeiro blog fazendo sumir os comentários. Abaixo apenas parte do texto onde eu fazia referências ao personagem delmirese:

QUINTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2009
Loucos Delmirenses
Texto de César Tavares

“Toda cidade tem algumas pessoas que fogem dos padrões “normais”, algumas delas são chamadas de loucas. No entanto cada uma delas tem uma história de vida. Geralmente desconhecemos a “origem de sua loucura”.
Na nossa infância ouvimos histórias a respeito dos loucos locais, e sentimos um certo temor destas pessoas. Há muita invencionice e folclore. Nada provado obviamente. Mas a tradição permanece e passa de geração a geração.
...
AMÉRICO CARVOEIRO : Um senhor alto e barbudo. Suas roupas eram negras da fuligem do carvão que vendia. Fedia muito. Sua característica marcante era que ele tinha um excelente vocabulário. Falava muito bem. E não sei a veracidade. Mas ouvi muitas vezes minha mãe falar, que ele foi estudante de medicina. E que a sua loucura foi proveniente de uma desilusão amorosa! A sua figura metia medo na meninada. Ninguém mexia com ele. E quando passava pelas ruas, geralmente havia um certo temor da meninada.”
...

Então entre outros comentários o nosso leitor Pauríliofez o seguinte comentário:
Paurílio disse...

"Dos citados no texto, apenas me lembro de Bau e Américo Carvoeiro.
Bau era mesmo sujo, fedorento, não falava direito. - Américo Carvoei-
ro ou, como aprendi a chamar, Américo Doido, transmitia a nós, meninos da minha época, um certo terror. Seu aspecto era de meter medo a qualquer um que não soubesse que se tratava de pessoa pacata. Coberto de pó de carvão, dos pés à cabeça, vestes rotas, diziam que trocava de roupa uma vez no ano. Muitos garotos zombavam de Américo, gritando apelidos como: "engenho d'água", "pau de arara" e, como era de se esperar, ele reagia. Talvez até para tentar conter os meninos, muitos adultos contavam fatos sobre o Carvoeiro, por exemplo, dizendo que deu uma surra num garoto por ter este lhe jogado um desses apelidos e que tal garoto chegou a vomitar sangue. Creio mesmo que era mais lenda, apenas para amedrontar a garotada, evitando que se aproximasse do Américo.
21 DE NOVEMBRO DE 2009 21:33

E após algum tempo o Cliuton nos trouxe o seu comentário que a seguir reproduzo por aqui. Pois geralmente os leitores não tem por hábito (re)visitarem postagens mais antigas.

Cliuton disse...

"Senhor César, a história do Americo Carvoeiro não é bem aquela. Não teve nada de amor mal correspondido e nem ele estudou medicina. Naquela época, ele, ainda rapaz estudou em recife, mas apenas coisa de ginásio mesmo. Ele realmente falava bem. O que aconteceu com ele foi que, nos tempos das volantes, no meio das caatingas em perseguição à Lampião (ele e tantos outros eram contratados pela policia para ajudar na captura dos cangaceiros), muitas vezes tinham que tomar água contaminada, quente, de poços infectados etc. Numa dessas excursões ele pegou uma pneumomia pesada. Seu pai o levou a Paulo Afonso, ele se curou mas ficou com problemas mentais. O nome do seu pai era Manoel Livio, tinha uma loja (Loja do Povo) na antiga Rua do Progresso. Essa loja foi vendida ao Sr. José Vieira, pai do Dimas, que depois ficou com a loja por herança. Bem, eu e o américo, por parte de pai, éramos irmãos. Só que ele foi do primeiro casamento. Detalhe; o Américo tinha uma memória de fazer inveja, se ele te vendesse fiado, podes crer, mesmo sem anotar, não esquecer! Um abraço.
6 DE OUTUBRO DE 2010 22:31

E agora para o fecho da história trago o texto na íntegra recebido via email enviado pelo Cliunton

"Senhor César,

Estive dando uma olhada, no seu blog, sobre os loucos de Delmiro Gouveia e lá deixei um comentário sobre o Américo Carvoeiro. Como o conheci de perto, vou contar mais algumas curiosidades sobre aquele maluco. O Paurilio, lá, no seu comentário, falou que, certa vez, o Américo deu uma pisa num garoto e esse chegou vomitar sangue, mas, o Paurilio, acha que aquilo era só lenda. Era não! O cara matou o garoto mesmo! Seguinte; ele não mexia com ninguém se não mexessem com ele. Certa ocasião, um garoto o chamou de "engenho dágua", apelido que ele detestava, e ele bateu demais no garoto. Na época, o pai do Américo, bancou todo o tratamento da criança em Paulo Afonso, mesmo assim ele morreu. O pai do menino falou antes, que, se o filho morresse o Américo pagaria com a vida. O pai do louco falou pra o pai do menino que faria tudo pra salvar a criança, mas, se ele morresse, nem pens asse em fazer nada contra o Américo, pois este era maluco, o garoto é que mexeu com quem não devia! e daí pra frente... seria entre eles.
A roupa dele era muito suja sim, mas não lembro se fedia tanto. Acho que o pó do carvão funcionava como um desodorante natural (rsrsrs)! No dia em que ele tomasse um banho (coisa de uma vez por ano) vestia uma roupa nova, geralmente aquela mescla azul, precursora do jeans, calçava uma alpercata xô boi, nova, apregava pedaços de pneus nos solados e as amarrava aos pés com um cordão grosso, que ele arrumava com alguém, na fábrica. Só a tiraria dos pés no próximo banho! A unica pessoa que ele confiava era o Zé Maria, fundador do Cine Real e tambem comerciante na Rua do Progresso. Era este senhor que guardava o dinheiro dele. Além de "tesoureiro", era também o cara que comprava a roupa e a alpercata, quando o Américo pedia.
Também sou de Delmiro, estudei com o Argemiro, na Esco la Paroquial N. Sa. de Fátima, e depois no Grupo Escolar Delmiro Gouveia. Me diverti muito com as brincadeiras promovidas pelo então seminarista Didi, no pátio antiga igreja. Ainda morro de saudades da minha infância, ainda morro de saudades daquela bucólica Delmiro que não existe mais.
Um abraço,"
Cliuton Cavalcanti

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Becos Delmirenses

Uma das definições dicionarizadas de beco é:
s.m. Rua estreita e curta, às vezes sem saída, e pouco própria para o trânsito; viela.

No passado já falamos deste tema por aqui. Pincei algumas postagens antigas onde becos delmirense foram citados en passant.

Agora é com vocês. Que histórias ou lembranças você tem para nos contar e que tenham ocorrido nos becos delmirenses ou seus arredores? Deixa seu recado então.


Enxerto de texto de Paulo da Cruz.

“A rua quebrava, no seu lado direito, entre as casas do Seu Zeca Norberto e Zé Elias. O beco que essa quebra provocava me deixa uma dúvida quanto ao seu nome: é beco de Zé Elias/Zeca Norberto ou de Luiz Xavier. Esse beco por sinal tem muitas histórias. Não lembro que ele tivesse iluminação própria, acho que pegava os resquícios da luminosidade das ruas que se comunicavam através dele.

Por esse beco regressavam, às suas casas, as garotas que estudavam no ginásio e residiam na Rua do ABC. Eram as famosas meninas da Rua do ABC. Não sei porque, mas elas só regressavam em bando. Acho que tinham medo de alguma alma penada que já estivesse assinando o ponto antes da meia-noite. Mais adiante, agora pelo lado esquerdo, tinha o Beco de Zé Panta. Zé Panta Godoy, segundo contam, foi quem matou Maria Bonita, ou Lampião, não sei ao certo. Esse beco levava à Rua do Correio. Essa rua evidentemente tem nome. Eu não lembro. Ouvia as pessoas se referirem a ela assim.’


Enxerto de texto de César Tavares

“Mocozinha, Velha Ana, Muda, Cata-Osso, Lourdes Pezinho e Percília. Você sabe quem foram estas meninas? Quem pensou que fosse a seleção delmirense feminina de vôlei, errou. Errou feio.

Estas meninas foram professoras de muitos delmirenses. Prestaram um inestimável serviço de iniciação sexual para uma porrada de adolescentes e outros nem tantos.

Eram quase todas desprovidas de beleza física. Afinal vida miserável não deixa ninguém bela. Algumas atendiam à clientela em pequenos quartinhos. Podia ser ali no Beco de Luiz Xavier ou até mesmo no Beco atrás da Castelo Branco. O sujeito geralmente passava pelos becos, como quem não quer nada (e querendo), olhava furtivamente para os lados e de repente emburacava num muquifo. Lá dentro aliviava o que tanto incomodava. Depois saía desconfiado, mais leve e com menos dinheiro. Mas feliz. Uma felicidade barata. Mesmo assim felicidade. Isto não tem preço.(não sabíamos o que era Credicard. Mas o slogan era perfeito)”


Beco que liga a rua dos Correios(José Bonifácio) a rua do ABC(Independência)(jan/2010)
Beco que liga rua dos Correios /Cohab Velha(até inicio dos anos 70 a "Matança" ficava próxima)(jan/2010)
Beco ligando a rua dos Correios com a rua do ABC(2)(jan/2010)
Beco que fica por trás da Igreja Nova vai da casa de Seu Valdemar até Rua Augusta(jan/2010)
Beco de Luiz Xavier( Av. Castelo Branco até rua do ABC) Foto de Paulo da Cruz.
Beco das 7 facadas(Av. Castelo Branco até rua Padre Anchieta ?) Foto de Paulo da Cruz
Beco que vai até as proximidades do Cemitério Velho.(foto de Paulo da Cruz dez/2007)