quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Um mistério delmirense.Reabertas investigações do caso: Quelônio Salvador


Enquanto não chega material novo vamos resgatar um texto anteriormente postado. Lembramos mais uma vez que os antigos blogs tiveram problemas nos seus sistemas de comentários. Então a ideia é aos poucos ir inserindo todos eles por aqui.

Um Mistério Delmirense. Reabertas investigações do caso: Operação Quelônio Salvador

Texto publicado originalmente em 22 de outubro de 2005.

Mas uma colaboração enviada pelo Edmo Cavalcante(Maceió). O texto vem numa forma que poderíamos chamar talvez de prosa poética. Muito divertido. O protagonista dos fatos narrados pelo Edmo é mais uma vez é o Chefe dos Escoteiros, que foi o nosso professor de Matemática e Português nos idos de 1975/76.

Abaixo texto na íntegra do Edmo. Em seguida faço algumas considerações.

Maceió, 17/10-2005

Prezado César.

No Blogger1 você falou de uma história curiosa de penas de galinha enterradas no quintal do chefe e do desaparecimento de galinhas naquelas vizinhanças. Confesso que me diverti com a maneira como você fez tais comentários, afinal ladrão de galinhas em não raras vezes é um bom "ladrão". Mas de qualquer forma você me incentivou a tornar pública uma operação sigilosa chamada QUELÔNIO SALVADOR.

Ela aconteceu na nossa Delmiro em 1976. Espero que o qualitativo público do Amigos Blogger aprecie.

Um abraço
Edmo Cavalcante

OPERAÇÃO QUELÔNIO SALVADOR.

Os fatos ocorridos a mim foram narrados por um grande amigo bebericando caprichadas doses de Ron Montilla. Nesse dia ele estava bastante descontraído, não vou citar seu nome, apenas por precaução, vai que ele é intimada a depor na CPI do mensalão?

O tal causo é verdadeiro e aconteceu no nosso tenro sertão. Já faz um tempão. Ele me contou que de tanto ver o nosso professor(ele mesmo, o inoxidável CHEFE DOS ESCOTEIROS), reduzido a uma dura rotina alimentar se sensibilizou e resolveu agir. De quebra queria melhorar as notas em seu boletim.

O nobre professor que morava em um cubículo acompanhado apenas por um discípulo se restringia meses a fio a se alimentar de arroz com sardinha. Quem visitava a residência oficial do nobre mestre recorda muito bem daquela cena hilária e sombria: no fundo do quintal uma verdadeira montanha de latas vazia.

Mas tudo tem o seu dia. Meu dileto amigo se dirigiu ao professor:

- Chefe, aqui para nós, o seu vizinho o padre, tem criação de jabutis!
Ao que o nobre professor de olhos arregalados perguntou:
- Criação de jabutis ou de cágados?
- De jabutis!
Respondeu meu amigão.
-Então traga quantos você puder. Não importa se jabuti ou cágado, o que eu não agüento mais é comer enlatado!

Vale lembrar que o bom mestre que exalava um indiscreto bafo de sardinha também gostava de comprar fiado e chegou a ser considerado o terror das mercearias.

O meu destemido amigo não pestanejou, naquela mesma noite adentrou o quintal do padre para realizar o que se chamou de OPERAÇÃO QUELÔNIO SALVADOR.

No dia seguinte de vida nova e ânimo renovado, lá estava o nobre mestre de forma garbosa saboreando jabuti guisado de origem duvidosa.

O amigo do qual falo ainda me contou que a OPERAÇÃO QUELÔNIO SALVADOR aconteceu outras vezes e que só foi suspensa definitivamente quando o nosso professor de forma "carinhosa" foi convidado a se retirar da cidade pelas autoridades competentes.

Pelo CPD(Código Penal Delmirense) o crime já está prescrito. Mas nas nossas memórias afetivas e por pura gréia ainda cabe investigações e pesquisa de campo. Portanto: cabe aos CSI(investigação da cena do crime) ao trabalho!

Suspeitos: Roseirinha e Dedê. Ambos moravam na Vila Operária. No entanto eles pelo que me lembro não eram alunos do mestre. Então pela narrativa do Edmo estariam excluídos? O Ricarti também me contou também uma versão desta história inclusive citando nomes. Mas não lembro qual foi.

Cenário: O chefe morava nos fundos da casa de esquina onde ficava a sede da banda de música do Mestre Elísio(rua Rio Branco) e a casa do Padre ficava na esquina da outra rua( XV de Novembro)

Mesmo sendo difícil o processo de investigação após tantos anos. Como raramente vou a DG. Fica a sugestão para que os raros leitores daqui que aparecem por lá com mais freqüência que tentem resgatar quem foi o autor material da operação. A dica que dou é colocar o assunto em tela num debate ali nas mesas do bar do Jorge Camilo. Pois o bar fica por trás do Antigo Cine Pedra e bem próximo da cena do crime. Só não peça de tira-gosto nem sardinha e nem jabuti

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Loucos Delmirenses

Pegando o gancho de comentários na postagem anterior, aproveito para fazer o resgate após cinco anos(isto mesmo pessoal o blog já tem cinco aninhos. Raridade isto em termos de blog) de um texto sobre as figuras loucas(?) que perambulavam pelas ruas da nossa Macondo Sertaneja. São apenas alguns nomes. Mas havia outros. O desafio final é resgatarmos que outras figuras um tanto tristemente folclóricas ainda permanecem no imaginário coletivo.


DE MÉDICO E LOUCO TODO MUNDO TEM UM POUCO
Texto originalmente postado em: 14 de novembro de 2004.

Toda cidade tem algumas pessoas que fogem dos padrões “normais”, algumas delas são chamadas de loucas. No entanto cada uma delas tem uma história de vida. Geralmente desconhecemos a “origem de sua loucura”.

Na nossa infância ouvimos histórias a respeito dos loucos locais, e sentimos um certo temor destas pessoas. Há muita invencionice e folclore. Nada provado obviamente. Mas a tradição permanece e passa de geração a geração.

Da minha infância delmirense lembro-me de alguns:

CHICO DO BERIMBAU: Um rapaz moreno, magro, baixo e meio curvo, e que levava para todo canto um tosco berimbau. E ficava tocando-o encostado no ouvido. Quase não falava. Mas quando a meninada de forma perversa o apelidava de Tarzan ou Bilu Tetéia, choviam pedras para todos os lados. Diziam que ele foi trazido da cidade de Pão de Açúcar, e que por lá residiam alguns parentes seus. Eu particularmente morria de medo delo.
Ele costumava fazer seu ponto na calçada da casa do Sr. José Raul, ali onde hoje é o Banco do Brasil.

BAU :Tinha este nome por apenas balbuciar. Não falava nada inteligível. Fedia muito. Não tomava banho e andava maltrapilho. Periodicamente pegavam-no e davam um banho forçado. Mas era um doido-manso. Não metia medo. O grande divertimento era quando alguém passava próximo dele e falava: Bau dá um tiro. Ele respondia bem alto pêiiii pêiiii. Praticamente era a único som que conseguia pronunciar.
Ele geralmente ficava ali na Rua dos Correios, pelas proximidades da venda do Sr. Antonio Perna Santa.

AMÉRICO CARVOEIRO : Um senhor alto e barbudo. Suas roupas eram negras da fuligem do carvão que vendia. Fedia muito. Sua característica marcante era que ele tinha um excelente vocabulário. Falava muito bem. E não sei a veracidade. Mas ouvi muitas vezes minha mãe falar, que ele foi estudante de medicina. E que a sua loucura foi proveniente de uma desilusão amorosa! A sua figura metia medo na meninada. Ninguém mexia com ele. E quando passava pelas ruas, geralmente havia um certo temor da meninada.

SIVINHA :Era filho do Sr. Aristides Preto, morava naquelas casas que ficam por trás do prédio da atual prefeitura. Naqueles tempos, ali era um terreno baldio, e havia algumas algarobas. O Sivinha passava os dias consertando um carro de madeira. Ele era um sujeito forte e corpulento. Tinha o raciocínio de um criança de uns 5 anos de idade. E o seu sonho era tornar-se um caminhoneiro. Sempre falava que iria comprar um caminhão para viajar para S.Paulo. Seu apelido era Mussolino. E quando provocado além de falar um monte de palavrões, jogava pedras também.

MARIINHA: era filha do Zezinho Barbeiro, e morava quase em frente a minha casa, na Rua Augusta. Talvez não fosse louca, e sim apenas não tinha controle sobre a bebida. Pois quando isto acontecia, ela andava pelas ruas cantando em voz alta e levantando as roupas. A meninada se divertia com isto. Diziam que ela era uma pessoa que levava uma vida normal. E que havia ficado assim, após o rompimento de um noivado. Casamento já marcado e tudo. Estranho isto. A história dela era um pouco parecida com a do Américo Carvoeiro. Talvez os tempos realmente fossem outros. As pessoas perdiam o juízo por amor. Fato raro hoje em dia.

Estes eram alguns dos loucos que povoam as minhas lembranças delmirenses.Outros surgiram depois.

A Rouse Vilar, uma amiga do Orkut, conta por lá que na sua infância ela morria de medo de uma senhora chamada ISAURA, que andava pela rua do ABC, diziam que ela virava lobisomem. Portanto a Rouse se pelava de medo, quando a via.

O Monteiro Mafra, meu primo, lembrou ainda no primeiro site SOCORRO DOIDA, uma mulher que andava pelas bandas da Vila Operária, e que uma certa vez, matou um uburu e o cozinhou. Diz ele que foi um fedor infernal.

E aí será que há novos loucos na cidade? Conte uma história para gente.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Lembranças Delmirenses: Iremar de Paula.

Drª Amélia, Ezequiel e Lenilda(colação de Grau no GVM)
Iracema na Rua do Desvio em outubro de 1973

O famoso João Costela e família.



O nosso blog tem oportunizado o reencontro via net de pessoas com as quais o contato há muito havia se perdido. E por estes dias tivemos a grata surpresa da visita com comentários do Iremar de Paula.

Fomos vizinhos de parede colada nos idos de 1970/72, na Rua da Matriz(aquela ao lado da igreja nova). Então eu ainda na casa dos meus avôs Augusto e Carlota, quando a família do Sr. Gabriel e D.Teté vindos de Caruaru(PE) chegaram na Macondo Sertaneja. Era uma família bastante numerosa: João, Iracema, Iremar, Ezequiel, Vavá, Acidália, Vânia, Erivan...
Durante algum tempo o seu Gabriel manteve um fabrico de pirulitos. Lembro-me ainda das pequenas formas de aço divididas em duas partes com uma pequena abertura para inserção do palito. Minha memória olfativa também consegue lembrar-se do cheiro adocicado que predominava quando o tacho estava no fogo com os ingredientes secretos (água, açúcar e acho que limão...)
O Iremar atualmente mora em Angra do Reis(RJ), onde trabalha como professor para crianças surdas e também é ligado as artes cênicas atuando como ator, e também é blogueiro. http://fiofofeliz.blogspot.com/

E hoje ele nos traz algumas fotografias dos tempos delmirenses e ainda acrescenta uma de um de seus/nossos antigos vizinhos: O João Costela.

Vamos ao texto enviado pelo Iremar.


Caríssimo,

Ezequiel, acompanhado por Lenilda, está recebendo o diploma. A professora é a Dra. Amélia, esposa do Dr. Petrúcio. Durante a festa, Ezequiel exagerou na bebida, entrou em coma e a professora necessitou chamar o Dr. Petrúcio para atendê-lo. Aliás, o Dr. Petrúcio foi meu professor de Programa de Saúde.
Lembro-me de uma aluna, acho que seu nome era Gorete, que faltara a aula e, na aula seguinte o Dr. Petrúcio aplicou uma prova oral. Gorete havia faltado a aula, mas estudara.
Quando o Dr. Petrúcio perguntou-lhe qual era a fórmula da água, ela respondeu de pronto: H20!! (agá dois zero) Foi aquela gozação. Mas o Dr. Petrúcio, inteligentemente, considerou a resposta como certa.
Você se lembra da professora Noélia, de História? Ela confiscou um gibi que eu estava lendo durante sua aula. Esquálidus - acho que era um lançamento da Disney. Confiscou e não me devolveu. O gibi, como a maioria do que eu lia, era emprestado. O garoto que me emprestou era filho do dono de um restaurante, localizado próximo do GVM. Infelizmente, não me recordo do nome dele. O livro custava, em moeda da época, duas entradas e meia no Cine Real. Felizmente, o garoto tranquilizou-me, dizendo que eu não precisava pagar. Eu não teria como.
Durante muito tempo, a professora Noélia desfrutou da minha “simpatia”.

Você decide como e quando postar, meu caro.

Um abraço.

Iremar de Paula.



Agora pessoal é com vocês.

domingo, 1 de novembro de 2009

Grandes Figuras Delmirenses: Zé Mulher (II Parte)



Complementando o texto anteriormente postado trazemos hoje material enviado pelo José Reginaldo conforme prometido nos comentários

Vamos ao que interessa.

Caro César,

Segue envio como comunicado anteriormente as imagens do inesquecível Zé Mulher, figura notável na sociedade delmirense.

Uma curiosidade dessa pessoa que tinha como oficio a arte da costura, é que mesmo o seu nome ser de fantasia onde na verdade se assinava José Manoel dos Santos, tinha em sua casa uma máquina de costura da marca LEONAM, o que coincidência ou não, é o seu nome de guerra ao contrário. Bem bacana não!

As fotos foram tiradas por mim mesmo ainda nos idos fins dos anos 1980 em sua casa, isso já no bairro Eldorado onde tinha se mudado da Rua Freitas Cavalcante fazia algum tempo.

Abraços.


Luis Reginaldo Silva