quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Fotonovelas (leituras dos tempos delmirenses)

Resgatando texto publicado originalmente no primeiro blog, em 14 de março de 2005.

Na época teve alguns comentários que posteriormente foram “perdidos” quando deu bug no sistema blogger. Mas mesmo assim após quatros e alguns meses, eis que fuçando por lá, encontro dois comentários recentes. E melhor: de não-delmirenses. O que significa que os blogs são lidos por pessoas de outras plagas. Abaixo, seguem os comentários.

Seu nome é César? Puxa Vida!!! Até que fim!! Eu tô escrevendo um trabalho sobre fotonovelas e quero muito entrevistar pessoas que eram apaixonadas por fotonovelas! O senhor se candidataria a ser um dos meus entrevistados? Muito Obrigado pela atenção! Antonio

Antonio Alcântara Email 05-08-2009 10:19:59

Oi Cesar, eu li fotonovelas e muitas!! rss. Me deliciei de ler seu tópico. Sabia que tem comunidades de fotonovelas no Orkut? Inclusive "as meninas" postaram fotonovelas inteiras escaneadas. muito legal! lê meu blog ok? abração


Carminha Paukoski Email Homepage 26-05-2009 18:49:56




FOTONOVELAS(texto originalmente postado em 14/03/2005)
É muito bonito e dá uns ares de pessoa culta falar sobre as nossas leituras prediletas. E alguns se impressionam quando citamos nomes consagrados na literatura nacional ou estrangeira. Por exemplo: Saramago, Sartre, Camus, Bukowski(que o meu filho adora ler), Beuvoir, João Ubaldo, Clarice Lispector, Manuel Bandeira, João Cabral, Huxley, Hemingway, Graciliano Ramos, Lya Luft, Gabriel Garcia Marquez e mais uma porrada de gente(menos Paulo Coelho. Este nem entrando na ABL vale). Tudo bem. Já li um bocado de coisa deste pessoal aí. Mas o que interessa neste post são as confissões do nosso passado nebuloso no mundo das letras.

Aqui vai a minha confissão: EU JÁ LI MUITO FOTONOVELAS! Será que os leitores mais jovens deste arremedo de blog sabem o que é isto? Há tanto tempo não vejo mais nenhuma revista que as tragam em seu bojo.

As que eu mais gostava eram as que saiam na Revista Grande Hotel. Todas elas de produção italiana. É isto mesmo. A Itália não era só Fellini, Carlo Ponti e Antonioni não. Produzia também as melhores fotonovelas. Bonitas fotos em preto e branco e histórias com enredos bem legais. Ao menos eu achava naqueles tempos. Eu ficava babando por duas fotoatrizes: a Katiúscia e a Paola Pitti.

Agora em janeiro tive oportunidade de conversar Patrícia Oliveira(Pedrão) e ela relembrou seu ídolo: Franco Dani e sua famosa covinha no queixo. Rimos um bocado com as nossas lembranças. Ihhh estamos ficando velhos. Lembramos também das fotonovelas cuja temática era espionagem: Jacques Douglas.

Tinha as fotonovelas nacionais na Revista Sétimo Céu. Fotos coloridas, mas histórias mal costuradas. Lembro de uma onde, o hoje consagrado ator televisivo, Marcos Paulo contracenava com a Djenane Machado, filha do Carlos Machado(rei das noites cariocas nos anos 50/60) . Era uma historinha bem besta, e sem fazer trocadilhos, se passava no Jóquei Clube do Rio.

O legal nestas histórias era que sempre o bem vencia o mal. O galã terminava com a mocinha sofrida. E eram felizes para sempre. Não faltava um pôr de sol na foto final. E obviamente o jovem casal estava de mãos dadas olhando para o infinito. Maior clichê impossível. Mas as atuais telenovelas também não terminam assim?

A grana sempre foi curta lá em casa. Portanto as fotonovelas que líamos eram todas emprestadas pela Telma Canuto, que era amiga de minha mãe. A Telma há muitos anos mora no Rio de Janeiro. E fiquei super contente quando um dia recebi uma visita no site www.amigosdedelmirogouveia.hpg.com.br de sua filha Aline, estudante de Economia na UFRJ.

Há anos não vejo mais estas revistas ou similares. Acho que sumiram todas. Nem em sebo as encontro. Será que todas foram queimadas?

E ai você também lia fotonovelas? Ou não vai confessar aqui esta escorregadela intelectual em sua vida? Ficou com vergonha foi?(risos). Quais eram as revistas que você lia? E os leitores mais jovens e menos saudosistas sabem lá de que diabos estou a falar? Quais eram os artistas deste tipo de arte que você mais admirava? Quais eram os nomes das outras revistas? Você consegue lembrar?

Deixe o seu recado. Confesse seus pecados por aqui.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Imagens do Passado Delmirense( por Joicy Oliveira)

Quando o blog está esmorecendo e caindo pelas tabelas e eu já desistindo de mantê-lo, eis que chegam “novidades”. E melhor. Material de primeira qualidade enviado pela nossa nova colaboradora Joicy Oliveira. E nas fotografias recebidas há uma que é um verdadeiro registro histórico da antiga banda de música da cidade. Será que os nossos leitores conseguirão identificar alguns dos músicos? Olha aí um desafio para o Abrahão, Paulo da Cruz e o Paurílio entre outros pesquisadores do passado delmirense.

Abaixo transcrevo na íntegra o email recebido.

Boa tarde, Cesar!

Sou prima do Cleiton, neta de D. Inácia. Estas fotos me foram entregues pela minha mãe. D. Jane (professora da Escola Delmiro Gouveia) e resolvi enviá-las a você. Na foto maior, tem a minha mãe e a minha tia Dety (na janela) e um dos componentes da banda é o pai da Bernadete Feitoza (S. Nozinho);

O prédio que aparece na outra foto é a sede do SESP em Delmiro, logo que foi construído;

Na foto que tem duas pestinhas, sou eu e o meu irmão Aloir Junior, sentados na varanda da casa de Tio Inácio; E a outra sou eu, na Escola Delmiro Gouveia, em dia de aniversário (quando namorava (??) Beto (falecido) irmão de Buiú. Tenho uma foto com a turma toda do colégio. Depois te envio

Abraço.

Joicy Jane Santana de Oliveira





sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Bar da Tripa: Acidente Geográfico Delmirense.


Nestes dias para quem anda muito assustado com a tal gripe suína. Vamos resgatar um post de agosto de 2006. Onde falávamos do famoso Bar da Tripa(de porco)


Quarta-feira, Agosto 16, 2006

COMO UMA IGUARIA DELMIRENSE VIROU ACIDENTE GEOGRÁFICO


Vamos lá a tarefa é árdua. Falta assunto. Ninguém envia nada novo. Somente promessas. Então haja puxar pela memória e ir procurando encher lingüiça com fragmentos de memórias delmirenses. Tudo isto em nome de manter o blog dando suspiros de vida.(pode ser que apelando assim o povo mande alguma coisa)risos.

Então o post de hoje será sobre uma iguaria nordestina também bastante apreciada na nossa Macondo Sertaneja : Tripa de Porco de Assada. (hum tem gente lambendo os beiços).

Como se prepara a danada? Fica o desafio lançado para os poucos visitantes darem as suas receitas nos comentários.Em Delmiro Gouveia, o Zé de Gordinho (por sinal um sujeito mais para alto e magro) montou uma sorveteria-bar que inicialmente tinha um nome qualquer (não lembro mesmo qual). Estabelecimento pequeno. Poucas mesas e cadeiras, umas três prateleiras com uns litros de cachaça e rum e um freezer. Tinha também um balcão envidraçado onde se podiam ver alguns salgadinhos e os famosos ovos coloridos. E numa das paredes havia um desenho feito a lápis num papel onde era retratado o cantor Martinho da Vila.

Mas o bar ganhou fama mesmo foi o com o seu tira-gosto principal: Tripa de Porco Assada. A fama do prato incorporou-se ao nome do estabelecimento. Então todos o chamavam de Bar da Tripa.

Não sei se o bar ainda existe. Mas a sua exata localização geográfica nos anais do IBGE consta como pontos de referência: a esquerda do Grupo Escolar Francisca Rosa da Costa e a direita da casa do seu Zé do Curtume. Em sua frente na face leste tinha a casa do Ézio Rocha e logo um pouco mais a frente a casa dos irmãos Canutos(Zezinho, João Neto, Givaldo, Gilda(casada com Reginaldo do Conjunto), Zezinha....) e dava de fundos para a casa do Rapou. E seguindo pela rua do bar e dobrando a esquerda chegava-se no point do High-Society delmirense: O Clube Palmeirão.

Era bastante comum nos intervalos dos bailes à rapaziada dar uma fugidinha e ir se deliciar com tão requintada iguaria. Obviamente que não dava para descer a seco. Então uns copos de cerveja ajudavam na descida da bicha até o bucho. Imagino que os que deixavam as namoradinhas aguardando no baile tinham alguma dificuldade para as beija-las depois. O bafo não deveria ser algo tão agradável.

Em tempo: O que falo é só de observação. Naqueles tempos eu ainda não tinha idade para beber. E muito menos dinheiro para degustar uma tripinha.

Agora é com vocês a missão de continuarem. Alguma receita especial para tripa de porco assada? Ou você hoje em dia é um controlador fanático de colesterol? Conheceu o Bar do Tripa? Ele ainda existe? Conhece alguma história que se passou por lá?

Então deixa seu recado por aqui.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Anos 70: Jovens Delmirenses

Dentro da perspectiva de resgate de textos postados nos antigos blogs, trago hoje um de maio de 2007.

Sua reedição é motivada por dois motivos: primeiro porque acho que seja uma belíssima fotografia onde se estampa o antigo costume dos jovens delmirenses dos finais dos anos 60 e início dos 70, marcarem ponto para seus tranqüilos bate papos e namoricos nas calçadas da cidade. E segundo por ser uma rara imagem onde aparece um primo com o qual tive pouco contato e que “partiu bastante jovem”.

Sábado, Maio 12, 2007

EU TANTO OUVIA FALAR EM TI. (Lembranças do Meu Primo Dedé Mafra)

De tudo já postamos por aqui. E sempre há motivos para boas risadas com as recordações do passado delmirense. Da lembrança dos nomes das pessoas. Das modas. Da gastronomia. Dos costumes e hábitos e dos fatos acontecidos numa cidade perdida nos confins do sertão alagoano e que carinhosamente apelidamos de Macondo (numa referência direta a cidade do realismo mágico do Gabriel Garcia Márquez)

De vez em quando há reencontros de pessoas que não tinham notícias de alguém há décadas e velhas relações de amizade e coleguismo são restabelecidas. E por vezes algum fato ou pessoa é lembrado e esta recordação toca de forma mais especial um dos leitores. Meu caso hoje.

E isto se dá pela excelente fotografia enviada pela Miriam Ramos. Nela entre as diversas pessoas que aparecem há o meu primo Dedé Mafra. Tive pouco contato com ele. Afinal em 1969 quando cheguei a DG, e tinha apenas sete anos de idade, ele já era um rapagão. Figura bastante popular (principalmente pelas garotas delmirenses) naqueles anos. Lembro-me que era um tanto alto e dos seus cabelos lisos.

Uma lembrança nítida que tenho é que um dia participamos de um almoço na casa de seu pai (meu tio Adonias) e o Dedé após a refeição nos levou para uma pequena sala ao lado e fez uma projeção de slides. Eu fiquei encantado com aquela maquininha que ele tinha. Afinal era um cinema particular.

Em junho de 1972, a cidade foi abalada com a notícia do súbito falecimento de dois jovens estudantes delmirenses num trágico acidente de automóvel em Recife. Eram o Dedé o Bezo(filho de George Lisboa). Neste acidente também faleceram mais dois primos do Bezo e que moravam em outra cidade. Não lembro qual.


Texto e foto cortesia de Miriam Ramos.Foto especial para eu e minhas irmãs: Marileide de Vevé com Dedé de S.Adonias.,Mercia e Marleide (minhas irmãs),não lembro o nome da próxima(era irmã de Valdinha, acho...),Socorrinho de Borela, Marilene de Vevé e Nininho irmão de Maria Luiza. Veja que foto linda!

Um ano após o desastre os restos mortais do Dedé foram transferidos para Delmiro Gouveia e colocados no mesmo túmulo do seu pai. (também falecido noutro desastre de automóvel em setembro de 1971).

Antes do sepultamento houve uma missa na igreja velha da Vila Operária. Esta missa deixou a igreja lotada pelos tantos amigos do Dedé. E foi bastante comovente e um tanto diferente para a época. Pois foi quase que inteiramente acompanhada ao som de violões e música jovem. E boa parte dos presentes foi às lágrimas quando cantada a música que então era um sucesso.

Oração de Um Jovem Triste
Antônio Marcos
Composição: Alberto Luiz

Eu tanto ouvia falar em ti
Por isso hoje estou aqui
Eu sempre tive tudo que eu quis
Mas te confesso não sou feliz
Calça apertada de cinturão
Toco guitarra faço canção
Mas quando eu tento me procurar
Eu não consigo me encontrar
Escondo o rosto com as mãos
E uma tristeza imensa me invade o coração
Já, já não sou capaz de amar
E a felicidade cansei de procurar ...ah ...ah
Por isso venho buscar em ti
O que não tenho o que perdi
Vestido em ouro te imaginei
E tão humilde te encontrei
Cabelos longos iguais aos meus
Tú és o cristo, filho de deus
Tanta ternura em teu olhar
Tua presença me faz chorar
Eu ergo os olhos para o céu
E a luz do teu amor me deixa tão feliz
Se, se jamais acreditei
Perdoa-me senhor pois hoje te encontrei ...ei ...ei

Grato mais uma vez a Miriam por nos trazer esta bela imagem da juventude delmirense do final dos anos 60 e início dos 70 e que aqui aparecem sentados displicentemente na famosa calçada da casa de esquina do Luiz Xavier. Eu particularmente não lembrava mais da fisionomia do meu primo, que tão jovem desapareceu e que iria prestar vestibular naquele ano.

Agora é com vocês. Lembra de todo este pessoal aí? Então registra suas lembranças por aqui.