quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

RMDG: Região Metropolitana de Delmiro Gouveia.



A temática do blog sempre ficou restrita a nossa Macondo sertaneja. Raramente postamos imagens que não sejam da terrinha. Mas isto não é uma regra fixa. Aliás, não há regra nenhuma. Portanto vamos abrir um pouco o leque. Mas se os leitores me permitem vamos brincar um pouco. Passaremos a considerar DG como uma metrópole e as cidades circunvizinhas orbitarão em sua área de influência. Será então referenciada pela sigla RMDG (Região Metropolitana de Delmiro Gouveia).

Claro que a decisão é puramente bairrista, e os possíveis leitores das cidades-satélites poderão revidar por aqui e fazerem apologia das suas plagas. Não há nenhum problema. Não seguiremos nenhum critério histórico, geográfico, cultural ou demográfico. Apenas pura brincadeira entre vizinhos. E assim também estaremos divulgando na medida do possível outras Macondos.

E começamos com três fotografias bastante interessantes. Duas de Água Branca, da qual a antiga Pedra (atual Delmiro Gouveia) foi distrito e uma belíssima imagem de Piranhas, que creio ser dos anos 40.

As imagens de Água Branca nos foram enviadas pelo Tiago Santos.

Agradecemos todas as visitas, comentários e colaborações que recebemos ao longo deste ano. E desejamos um FELIZ 2009 PARA TODOS.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Baú delmirense: Imagens dos anos 40 aos 60.

George Lisboa(de terno branco) e amigos da rede ferroviária
Moreninha e Laura irmãs de Guiomar Lisboa,José Vicente, Laura e Onofre.
Guiomar ao centro. E as outras meninas quem são?
Guiomar Lisboa, Noêmia de Zé Raul e uma terceira moça ainda não identificada.
Carnaval de 1940 em Delmiro Gouveia: Quem são as beldades?
George Lisboa e família
Igreja Velha: Padre Didi em companhia de Júlia e Guiomar com seus respectivos filhos em festa de primeira comunhão.


Uma viagem pelo passado delmirense. Temos hoje sete desafios. Desde um grupo de meninas no carnaval delmirense de 1940 até uma cerimônia de primeira comunhão nos anos 60.

Será que os leitores conseguem identificar todas as pessoas? Será que conhecem ,ao menos ,seus descendentes? Para facilitar o trabalho há algumas pessoas/famílias já identificadas.

Agora as histórias são com vocês.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Grandes Figuras Delmirenses: Teresinha o vendedor de quebra-queixo



Entre o material novo que por ventura possa chegar irei intercalando postagens feitas anteriormente nos blogs antecedentes dando seqüência a série:
GRANDES FIGURAS DELMIRENSES.

Terça-feira, Dezembro 21, 2004


TERESINHA Teresinha Ô Ô Teresinha Ô Ô. Adeus mundo velho. Você vai. E eu fico... Quebra- Queixôôôoôoo quem vai querer. Teresinha ô ô ô Olha o Quebra-Queixo...Adeus Mundo velho. Você vai. E eu fico.

O trecho acima era o bordão para a venda de quebra-queixo. Era ouvido nas ruas delmirenses nos anos 70. O seu autor era uma figura burlesca: O Teresinha. O feitiço virou contra o feiticeiro. Um homem conhecido por um nome feminino. O seu nome real creio que ninguém sabia. Ele era baixo, moreno e tinha um pequeno bigode. Seu rosto parecia um pouco com do Cantinflas.(um antigo artista cômico mexicano que fez muito sucesso em Hollywood nos idos dos anos 40/60)

Teresinha um dia chegou na cidade. Não se sabe de onde. Morava ali para os lados do Clube Palmeirão. E ganhava a vida vendendo doces. Mas o pouco que ganhava gastava em bebidas. Era comum vê-lo anunciando o seu produto com uma voz embargada, olhos vermelhos injetados e andar cambaleante. Parecia uma versão quixotesca. Ou um Carlitos sertanejo. Era tragicômico.

Seu quebra-queixo era gostoso. Mas não era nenhum primor de higiene. Talvez por isto o sabor se acentuava. Mas quem se preocupava com isto? Éramos crianças. E assim sendo não sabíamos da existência de bactérias e outros bichinhos. Então se não sabíamos, não contraímos nenhuma. Imunidade total. Espero que nenhum infectologista leia isto. Apenas um sofisma. O certo era que: o danado do doce era gostoso mesmo. E por cima vinha enrolado naqueles pedaços de papel pardo. Papel de embrulho mesmo.

Algo que causava um certo dó era ver a sua esposa, seguindo-o pelas ruas. Era uma moça bonita, meio aloirada, estatura média, recatada, paciente e educada. Ela tinha traços físicos lembrando um pouco aqueles imigrantes eslavos que vinham trabalhar na agricultura no sul do país. Enfim era muita mulher para o pobre-diabo do Teresinha. No entanto ela o tratava com o maior respeito e reverência.

Será que era alguma promessa? Ou ela purgava seus pecados de vidas passadas. E apenas cumpria a sua sina? Não sei. Talvez alguém saiba. E possa vir aqui esclarecer este mistério.

Mas o lado mais interessante do Teresinha era a sua criatividade. E no carnaval ela se soltava. Ele montou um verdadeiro zoológico para os dias de Momo. Juntando um papelão aqui, cola dali, bolas de ping pong, tinta, pedaços de pano, lã e arame ele conseguiu montar: UM GORILA, UMA EMA E UM JACARÉ. E tome a molecada ir atrás dos bichos pelas ruas delmirenses. Cada bicho tinha uma marchinha. Letra simples como o Teresinha e suas crias.

Lembro que a música da ema era mais ou menos assim:

Eu comprei uma ema para brincar o carnaval...êêê êêê a A ema tem o pescoço de mola êêê êêê a Devagar eu chego lá êêê êêê a.

Pela letra vê-se que ele não era nenhum Chico Buarque de Holanda ou Capiba. Mas era divertido. Muito divertido. Mas toda a diversão era uma maneira engenhosa que o Teresinha usava para ganhar uns cobres a mais. A troupe parava em frente as casas, ficava cantando as marchinhas. E o morador geralmente aparecia e dava algum dinheiro. Pronto o feijão e cachaça da semana estavam ganhos.

Provavelmente o Teresinha pela sua vida um tanto sem regras, já tenha falecido. Os fatos acima ocorreram há cerca de trinta anos atrás. Aqui fica o registro de alguém a quem devo alguns momentos inesquecíveis de uma infância um tanto distante em Delmiro Gouveia. A este personagem sui-generis, um artista popular que talvez poucos lembrem.

E aí você lembrava dele? Que outro vendedor ou artista de rua delmirense você lembra? Ou se não for delmirense em sua cidade deve ter algum outro. Afinal todas as cidades em essência se parecem.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Grandes Figuras Delmirenses: Teresinha Bandeira


Entre o material novo que por ventura possa chegar irei intercalando postagens feitas anteriormente nos blogs antecedentes dando inicio a série: GRANDES FIGURAS DELMIRENSES.

Quinta-feira, Junho 08, 2006

Nossa colaboradora a Claudia Ribeiro é delmirense formada em Administração de Empresas, faz Ciências Contábeis e trabalha numa construtora como Consultora e também exerce atividades profissionais na prefeitura de Ipojuca/PE. E atualmente reside no Cabo de Santo Agostinho. E hoje ela nos traz uma fotografia onde além dela criança(criança em primeiro plano) numa festa escolar aparece uma pessoa bastante conhecida na cidade: A Terezinha Bandeira.

Quando fiz o Curso Primário no Grupo Escolar Francisca Rosa da Costa nos idos de 1969/72, ela era a diretora. A meninada tinha um medo terrível dela. Ela impunha respeito. O fato engraçado que achávamos naqueles tempos era que a escola era pequena, apenas quatro salas de aula e não tinha campainha (cigarra) para anunciar os horários de entrada, saída e recreio. Isto era feito com o uso de um chocalho barulhento, destes que se penduram nos pescoços de bovinos ou caprinos. E era a Terezinha quem balançava o chocalho. Então era um tal de blém blém infernal.

Corria a lenda que quando tinha algum menino mais afoito fazendo trelas, ela não contava conversa, metia o bendito chocalho na cabeça do infeliz. Pura lenda. Nunca presenciei tal fato.

Em junho de 2002, após 21 anos que eu tinha saído de DG. Numa visita ao GVM junto com o meu filho, encontrei-a. E quando fui cumprimentá-la ela ainda se lembrava de mim. Fiquei um tanto comovido com a situação. Afinal em sua vida como diretora ela conheceu centenas ou milhares de crianças. E você conseguir lembrar-se de uma delas tantos anos depois é um fato louvável. Uma memória espetacular.

Agora é com vocês. Quais suas lembranças dos diretores e professores delmirenses? E da Terezinha em especial você tem alguma história interessante para contar? Registre suas lembranças delmirenses por aqui.

Grandes Figuras Delmirenses: Vírgilio Gonçalves.


Entre o material novo que por ventura possa chegar irei intercalando postagens feitas anteriormente nos blogs antecedentes dando inicio a série: GRANDES FIGURAS DELMIRENSES.

Sexta-feira, Março 30, 2007

UM POETA DELMIRENSE: HOMENAGENS AO VIRGÍLIO GONÇALVES

Olá Pessoal, Há um bom tempo que não posto textos meus. Quase não tenho mais nada para lembrar. E o blog vai caminhando graças à boa vontade de alguns abnegados e fanáticos delmirenses. Mas a curiosidade sempre leva a fuçar coisas na net sobre assuntos da terrinha. E por estes dias, terminei encontrando algo interessante no site da prefeitura de DG: Um concurso de Poesia e uma homenagem ao poeta Virgílio Gonçalves.

No entanto o Virgílio já tinha sido citado num post no primeiro blog onde o tema era o PRPC- Ponto Regional de Propagandas Comerciais(isto em dezembro de 2004), na época o blog tinha menos visitas que agora. Por isto abaixo vai um enxerto do assunto então postado. O que prova(risos) que nos antecipamos em nossas homenagens a esta figura tão emblemática e participativa da cultura delmirense. O PRPC prestava todos os tipos de serviços de comunicação: Desde propagandas comerciais até anúncios fúnebres. Passando por uma extensa e pouca seleta programação musical, e indo até os famosos concursos de charadas propostos pelo seu mais famoso locutor: Vírgílio Gonçalves.

O Virgílio um sujeito alto, magro e com vozeirão característico de locutor era uma figura bem popular. Creio que ainda o seja. Faz anos que não sei nada sobre ele. Era uma pessoa bem informada. E tinha como hábito beber água que passarinho não bebe. Quebrando uma regra não escrita de não incluir textos de outros sites. Mas no caso a notícia é oficial e pública. Então eis o que está no site da Prefeitura.(texto na íntegra)

Prefeitura lança concurso de poesia 15 03 2007 Na noite do dia 14, quando se comemora o dia da poesia, a Prefeitura de Delmiro Gouveia lançou o concurso Antologia Poética Delmirense, que tem como objetivo valorizar o poeta da terra e descobrir novos valores. Na mesma noite o poeta Virgílio Gonsalves lançou o seu livro de cordel Fim do Mundo. O evento aconteceu no Museu da Pedra e reuniu o prefeito Marcelo Lima, secretários municipais, vereadores e populares. No seu discurso Virgílio agradeceu o apoio do prefeito Marcelo Lima para a realização do cordel. "Estou muito feliz em poder realizar mais este sonho. Só tenho a agradecer ao prefeito e a todos que me ajudaram desta Prefeitura", disse Virgílio. Marcelo enfatizou o trabalho que Virgílio desenvolve no município e reconheceu o grande talento do artista. "Virgílio está de parabéns porque a história dele é a história do município de Delmiro Gouveia, contada nos seus versos e poesias", falou. A secretária de Turismo, Cultura e Esportes, Dayse Freire, apresentou o concurso de poesia, que conta com a participação dos alunos da rede pública municipal e toda a comunidade, cujas poesias selecionadas serão publicadas em um livro. Além do concurso na qual resultará em um livro, o projeto Antologia Poética Delmirense prevê ainda um incentivo permanente aos poetas através de recitais e encontros dos poetas. "O que nós queremos é valorizar o nosso artista e dar oportunidade aos mesmos de mostrarem sempre o seu trabalho", frisou Dayse. Que bom saber que o Virgílio Gonçalves ainda está na ativa. E melhor ainda saber que a cidade reconhece o seu talento e o homenageia ainda em vida.

A foto da capa do livro do poeta delmirense é uma colaboração do Abrahão.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Delmiro Gouveia: Gente da terra.

O blog capengando. Cada vez menos visitantes e comentários. Assuntos novos quase não há. Sempre variações em torno de temas já anteriormente mencionados. Além disto, ando com uma preguiça imensa de ir inserindo os post dos blogs anteriores no novo formato. Mas quando penso em encerrar as atividades, eis que sempre chega alguém novo trazendo sua contribuição. E hoje temos o material enviado pela Lourdes.

César,

Logo, logo enviarei outras. Vou procurar nas fotos de minha mãe.

Esse e o padre Fernando(meu padrinho) e Lia de Ferreirinha. A foto pequena e de Bezo, os outros primos dele que morreram no acidente na éoca era de Arcoverde.

Lourdes Barbosa Ferreira.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Casarão de Luiz Xavier (por Eduardo Menezes)




Um post triplo. O Eduardo nos traz um pouco da história do antigo e famoso casarão do Luiz Xavie, segue logo abaixo seu texto na íntegra, e acrescenta três fotografias. Sendo as mais recentes são de julho de 2008. E logo abaixo em duas postagens resgato textos do blog anterior que versavam sobre o mesmo tema.

Texto de Eduardo Menezes

Foi construída por Zezé Correia, que era casado com a filha do Coronel Ulisses Luna. No local já funcionou o Delmirópolis Hotel (que funcionou sob três direções: Lia de Bráulio, que montou o hotel após separar-se Bráulio onde eram proprietários do hotel Paulo Afonso, vizinho ao bar de Lula Braga; Zé André, vindo de Piranhas, pai de Wilson que já teve uma farmácia homeopática na Rua da Independência e Zé Unias, um viajante e empreiteiro de um trecho da estrada BR 423) e o escritório da Chesf que moravam os funcionários Mateus e Edmundo, depois disso Luiz Xavier de Carvalho comprou a casa para morar com a família. Anos mais tarde Luiz Xavier cedeu o terreno do lado direito ao seu filho Maurício Vilar para fazer o bar O Castelinho, algum tempo depois Maurício alugou o bar para uma família que veio do Recife e o nome foi mudado para Bar das Cordas, que tinha algumas cordas penduradas na entrada dando uma idéia de uma cortina e mais recentemente funcionava uma loja de móveis usados de Maurício. Após a morte de Luiz Xavier funcionou na casa a Coletoria Estadual, Clinica Médica de Dr. João Alexandrino, Casa da Arte (na qual eu fiz parte da organização) e o Batalhão da Polícia Militar. Depois a casa foi demolida e construído salões para comércio Na época que funcionou a Casa da Arte, não sei ao certo mas acho que foi tirada a fotografia por volta de 2004...

Ainda Sobre o casa de Luiz Xavier.



Texto originalmente postado em 19 de abril de 2006 no blog anterior. Uma foto do local onde aparece o detalhe da casa por volta de 1915 e outra da casa em janeiro de 2006 de autoria de Paulo da Cruz.
Texto de César Tavares
"O horror, o horror", já dizia o Marlon Brando em "Apocalypse Now" interpretando um coronel maluco embrenhando nas selvas vietnamitas. Tal fala foi inspirada nas últimas palavras do personagem Kurtz no livro "Coração das Trevas"(Heart of Darkness) de 1902 do polonês Joseph Konrad. E as mesmas palavras talvez sejam compatíveis com o nosso desapontamento ao ver as fotos que ilustram este post(uma continuação do anterior) sobre o que restou da Casa do Sr. Luiz Xavier e seu entorno. Dá uma pena ver o que fizeram com algo que era bem representativo na nossa Macondo e em nossas lembranças juvenis

E o sentimento também partilhado por estes dois depoimentos:

Email enviado por Paulo da Cruz. César, Estou enviando o que talvez seja a última foto do antigo casarão de Luiz Xavier. A foto foi tirada da Praça Delmiro Gouveia, e por isso pegou também o prédio do antigo Cine Real. O Cine Real tem história. Foi lá que passou o primeiro filme brasileiro com nu frontal: Os Cafajestes, com Jece Valadão e Norma Benguel. Eu não assisti, era criança na época, porém lembro que os comentários duraram vários dias.

Comentário feito no post anterior por Rouse Vilar. Aii que saudades me deu vendo essa casa que para mim é a casa de sonhos da minha infância, a casa de Tia Irene (irmã da minha avó e esposa de Luiz Xavier). Brinquei muito nesse quintal, que parecia uma floresta de tão grande...rs Amava essa casa, tinha vários quartos, salas...adorava brincar de esconde-esconde..rs Fiquei triste ao ver o descaso com ela ao longo dos anos e mais triste quando em visita recente à Delmiro vi que foi completamente demolida, pois é...só restaram as fotos e as lembranças! Rouse 17-04-2006 15:29:05

Agora é com vocês. O que vocês sugerem para o lugar? Sem ironia nenhuma(risos) Seria interessante um Posto de Gasolina? Um Lavajato? Uma loja de Material de Construção? Dê a sua sugestão. Comentem.

Um Casarão Delmirense



Texto postado originalmente em 16 de abril de 2006 no blog anterior e fotos de Paulo da Cruz.
Texto de César Tavares
O casarão branco e imponente para os padrões da época dominava uma das esquinas da principal rua da cidade de Delmiro Gouveia. Era ladeado pelo Cine Real e por um beco. Era a famosa casa do Sr. Luiz Xavier. Lembro vagamente que ele era um senhor magro, alto e com ares austeros. Era comum vê-lo aos finais das quentes tardes delmirenses na varanda sentado numa cadeira de balanço a ler os jornais do dia. Não sei ao certo qual era o seu ramo profissional. Parece-me que era proprietário rural. Corrijam-me os parcos leitores.

A casa em si e o beco ao lado hoje em dia viraram acidentes geográficos. É comum alguém se referir é ali perto da casa de Luiz Xavier. Ou então corta caminho pelo Beco de Luiz Xavier que você chega logo na Rua do ABC. O beco talvez tenha algumas histórias. Num passado distante parece-me que abrigou algumas meninas conhecidas por um trabalho nada fácil. Não sei ao certo. Era bastante garoto ainda para entender isto. Mas faz parte das lendas urbanas. Sintam-se à vontade para acrescentarem algo ao imaginário coletivo da cidade.

Voltando ao casarão, segundo o Paulo da Cruz comentou num dos posts, foi num passado mais distante ainda, creio que nos tempos do pioneiro o hotel Delmirópolis. Talvez o primeiro da cidade. Pela foto que ilustra este post. Percebe-se que o casarão sofreu algumas intervenções arquitetônicas. E para pior. Fizeram um puxadinho. Abriram um pequeno ponto comercial que ao meu ver tirou boa parte da beleza de seus traços originais. Uma pena. Premido pela economia e pelo imediatismo de se gerar renda mata-se uma parte do passado. Enfim acontece o mesmo em outras partes do país. Falta de planejamento urbano e preservação das raízes.

Agora vamos contar um causo: dos filhos do Sr. Luiz Xavier parece-me que deles foi diretor geral do trânsito no estado de Alagoas. Era o Rubens Vilar. Mais conhecido como Rubão. Em 1974 ele foi candidato ao senado pela Arena. E isto ninguém me contou. Ate hoje guardo na lembrança que num comício realizado em frente ao antigo Mercado Público, ele empolgado fez uma promessa aos esportistas delmirenses: Que no ano seguinte o Delmirense Futebol Clube estaria disputando o campeonato alagoano. Ora fácil perceber que ele estava de olho nos votos dos aficcionados por futebol, um nicho de mercado eleitoral com enorme potencial de votos. A cidade nesta época tinha um campeonato regular com seis times disputando: Palmeirinha, Pedra Velha, Bom Sossego, Unique, Veneza e Atlético. Então a sua intenção era que se formasse uma seleção com os melhores e daí saísse o tal Delmirense para disputar o campeonato estadual. Moral da história: 32 anos depois ainda não se tem nenhum time local a disputar o tal campeonato. E olhe que a cidade hoje está entre as maiores do estado. Alguns anos depois o Rubão foi candidato ao senado por um estado da região norte. Não lembro o estado (talvez o Amapá) e nem sei se foi eleito. Já não mais morava em DG.

Por gentileza retifiquem ou ratifiquem a informação. Com vocês a palavra. Que histórias mais se têm sobre o casarão? E o beco? E o Cine Real ao lado? Contem suas histórias. E agora é com vocês.
Enfim comentem.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Delmirenses: Os filhos de D. Maria Pinto.


É sempre bom ampliarmos o número de leitores/colaboradores. E hoje temos a participação do Leo que nos remete uma fotografia dos seus tios. Lembramos que a sua avó, D. Maria Pinto, já foi citada no blog passado, em post no qual falávamos das antigas professoras delmirenses. Vamos ao seu email.

Caro César,

Adoro o blog-site que você fez em homenagem ou simplemente mostrar um pouco da nossa linda e maravilhosa Delmiro Gouveia que tanto amo, apesar de ser soteropolitano.
Chamo-me Leonardo e sou filho de Absalão, sobrinho de Abrahão e Edna Pinto, estou mando essa foto como homenagem aos três. Acompanho muito o blog e quase não vi algo falando sobre eles. Então segue a foto. E sempre que puder mandarei algumas outras que eu conseguir.

Um Abraço

Leo.

Agora é com vocês.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Cine Real: Ascensão e Queda




Pessoal mais um post duplo. Primeiro trago um texto do Eduardo acompanhado por duas imagens de julho de 2008. E logo em seguida resgato um texto postado no blog anterior em abril de 2006. Os textos se complementam pois ambos tratam do melancólico fim do Cine Real

Texto de Eduardo Menezes.

Construído pelos irmãos José Maria e Maximiano Martins Cavalcante, depois foi vendido para José Bandeira Nunes, conhecido por Zé Balbino. Lembro que quando eu era criança meu pai, Zito, fazia a coleta da Taxa Sobre Diversões Públicas que o IBGE recolhia e por isso eu e Ricardo tínhamos o direto a entrar de graça no Cine Real, Cine Pedra e nos circos que iam pra cidade. Segundo o responsável pelo funcionamento das máquinas e também fotógrafo José Petrauskas, que era conhecido por Galego do Cine Real, a última sessão do cinema foi em 25 de outubro de 1983, durante a semana da festa da padroeira de cidade, Nossa Senhora do Rosário, e tinha apenas quatro espectadores. Hoje Petrauskas é conhecido por Galego do PRPC, depois de ter comprado o Ponto Regional de Propagandas Comerciais.

Cine Real: lembranças do passado delmirense.
Texto originalmente postado em 20 de abril de 2006. Aqui postado com alterações e acréscimos( O texto começava com comentários feitos por leitores em outros posts e aí peguei o mote do Cine Real)

O comentário do Eraldo veio com um certo lirismo.Pungente. Para alguém com boa imaginação é possível até visualizar a cena descrita. Está perfeita. Realmente muitos namoros começaram daquela maneira romântica. Certamente alguns terminaram em casamento. Confesso que nunca fiz tal proposta para nenhuma beldade delmirense. Problema meu: feio, pobre, tímido e enrolado

Comentário feito pelo Eraldo Vilar
Quanto ao cine Real, do saudoso Zé Balbino, operado por "Galego-do-Cine-Real", quantas lembranças!. Alguém lembra da musiquinha que tocava pelo alto-falante 5 mins antes da sessão começar e que fazia os rapazes paqueradores que ficavam na pracinha em frente, correr para ocupar seus lugares? (normalmente já guardados pelas namoradas, pois, volta e meia, um namoro em Delmiro começava por um pedido do mocinho para a ruborizada mocinha: "Guarda uma cadeira no cinema para mim?"). rs.. e a suadeira para pegar na mão, no escurinho do cinema?...rs tempos românticos aqules..rss

Comentário feito pelo Danúbio Oliveira
Ainda comentando sobre o Cine Real, lembro nitidamente que no "desenrolar da película eastmancolor", no clímax da emoção do filme, tinha sempre algum maloqueiro que passando pela calçada que ladeava o prédio, dava gritos altíssimos, ou batia numa janela ou chamava alguém pelo nome só p/atrapalhar a concentração.




Texto de César Tavares:

Falar no Cine Real e trazer à tona claras lembranças tais como: Os filmetes sobre futebol feitos pelo Canal 100 e que antecedia a película principal. Quem não lembra da musiquinha "que bonito é"? E quem não se levantava da cadeira e ensaiava uma cabeçada na bola que supostamente vinha em sua direção?
Também atire a primeira pedra aquele que nunca levantou a voz e fez um "Xôôôô para o símbolo da abertura da "Condor Filmes" O pássaro negro e careca se preparava para seu bater de asas e a meninada com o grito preso na garganta a esperar para soltar o Xôôôô que se o bicho pudesse ouvir alguma coisa.
Também ri muito com o comentário do Danúbio. Não lembrava mais da bendita janela lateral. Eu já fiz esta molecagem ao passar por ali e se deparar com aquela janela feita de zinco e pedindo para levar umas pancadas. Então não contava conversa: Parava. Olhava se tinha alguém espiando, subia num pequeno apoio providencial de cimento e que estava ali na parede. E então largava a porrada na janela e isto acompanhado de alguns gritos e gracinhas para quem estava assistindo o filme. Obviamente o retorno era imediato: gritos partiam de dentro do cinema. Não lembro de nenhum elogio a mim e nem a minha santa mãezinha. Assim como eu fazia isto. Outros meninos também faziam. Espero que algum deles tenha a devida hombridade de virem a público purgarem os seus pecados do passado.
.
Outra coisa que aprontei por lá, talvez o Danúbio ainda lembre disto, foi quando passou o filme King Kong (do Dino de Laurentis). Eu já havia assistido a película um ou dois dias antes. Geralmente os filmes ficavam em cartaz por apenas 3 dias. E conhecia o final: O King Kong escalando o Empire State Building levando numa das mãos a mocinha(Jéssica Lange). E na hora em que o macacão estava no topo eu gritei bem alto no cinema: DESÇA JÁ DAÍ. Eu tentava imitar o bordão que o saudoso ator Ronald Golias usava em seu personagem na Praça da Alegria(que ainda passava na Globo e ele contracenava com o Miéle). Enfim após eu lascar o Desça já daí foi uma gritaria infernal no cinema. E eu bestamente me senti o máximo por ter sido o moleque a iniciar a zorra. Outro pecado confessado.


Trabalhavam no Cine Real: Galego do Real. Poucos sabem que o seu nome verdadeiro é José Brito Petrauskas. Procurem no verso de velhas fotografias que vocês acharão isto. Pois ele era além do projetista também fotografo profissional. Quem não lembra dele em sua lambreta marrom e com uns longos cabelos amarrados com uma fita? O porteiro era o Zé Real(irmão do Hélio. Este talvez somente Braulio Oliveira e o Ailton Moreira lembrem de quem eu falo pois moravam perto do mesmo) e na bilheteria ficava o Sr. José Balbino ou um dos seus filhos.

O Paulo da Cruz também num post passado levantou a lebre do que eu na minha inocência acho que seja alguma história sobrenatural.(rs) Ele afirmou nos comentários: "Cine Real...Se aquelas cadeiras falassem"


Agora é com vocês : Quais suas lembranças e o que tem para nos contar sobre o Cine Real? Registre suas lembranças por aqui.